29/03/09

Neste caderno de anotações, os piores lamentos se escrevem, como malhas trespassadas de escárnio e saudade. Quem dera a mim que recordações fossem doces, não amargas, mas sim doces. Não mais escreveria lamentos e perdas, mas nem eu posso criar o que não pode existir. Nem eu posso criar o ser perfeito, que não sofre. Pois todos sofrem, pois todos conseguem sentir. Recordações, sim recordações. Não consigo dizer esta palavra sem esboçar um sorriso, é impossível. Partes da alma, o ultimo ingrediente para um prato todos os dias diferente, um exemplar único. Cada um, cada qual.


"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade"

Mariza- Chuva (Composição: Jorge Fernando)

3 comentários:

  1. Uauu, fiquei espantada com o teu texto. Concordo com cada letra do que escreveste. Parabens :)

    Beijinho José

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  2. Cada um, cada qual.

    escreves alma, sabes?

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  3. "Cada um, cada qual." --> diz tudo :)

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Obrigado pela opinião. : p