02/11/08

Sonhos de Criança

Muitos, na sua perfeita ignorância, dizem que a vida lhes pertence, que podem fazer o que quiserem desta, pois pensam nela como um bem adquirido, tolos são eles. Neste mundo feito a imagem de quem o criou, nada é de ninguém. O que é nosso hoje pode não ser amanha. As pessoas que amamos podem já não existir, alias quem vos diz que eu viverei ate amanha? Ninguém, pois ninguém é dotado de tal poder. Ninguém sabe o futuro. Ninguém vive eternamente. Mas e se pudesses ter esse poder? Se pudesses saber o teu futuro, o daqueles que amas, daqueles que gostas, família, amigos, daquela pessoa(...) Usa-lo-ias? Eu não. Qual rebuçado sem sabor. A vida ficaria muito aborrecia e sem sentido aparente. A vida são as escolhas que fazemos, os caminhos que seguimos, a maneira como pensamos.
Dinheiro, poder, de que me serve isso? Quando as palavras são o meu alimento e o meu sustento. Não tenho crenças, nem credos, nada sei além de alguns versos e poemas, sou feliz desta maneira. Não sou materialista, socialista ou comunista. Não acredito em políticas e em políticos.
Nada sei, mas ainda bem, saber muito aborrece. Caminhei, descalço, mas caminhei, por caminhos de terra, por onde milhões de pessoas passaram. Em varias paragens passei e em varias algum tempo fiquei, amor, felicidade, dor e por vezes saudade.
As minhas memorias são curtas, mas eu guardo-as, pois são estas que me fazem criar novas. Pois a vida não e só passado é o presente e o futuro.
Não sei o que escrevo, nem porque o faço. Pensarás que sou maluco, de facto verdade seja dita, já tive dias piores. Quero viver, aprender e ajudar sem precisar de porquês. Destas palavras extrai-o aquilo que pela minha mente passa e é delas que me vou recordar quando morrer. Pois o mais certo é a morte. E o único conhecimento que tenho é o do meu desvanecimento para o vazio. Desta terra, desta água, deste vento gélido que me atravessa a alma vou ter saudades, mas partirei numa viagem longa que começou no meu nascimento e se estenderá para sempre. Temo por aqueles que me são queridos, mas por eles nada posso fazer é a renovação da vida que acaba sempre, com a morte.
Quem me dera a mim ser como as minhas palavras, tão eternas, profundas, alegres ou tristes, mas não sou. Sou o que sou e gosto de o ser. Nada farei para mudar, pois em mais nada me posso transformar. Nestas leves palavras escrevo meus pensamentos, são boas amigas, apesar de duras e amargas por vezes. Quando minhas palavras cessarem eu próprio me perderei. Não procures ganância, procura antes amor pois é com ele que serás feliz.
Não pertenço a mim próprio.

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